Scene 1

Cacto em um campo seco

Descrição gerada automaticamente

Montanha de pedras

Descrição gerada automaticamente

ANA CAROLINA NOVAES DELION SHIRAKAWA EMANUELA  OLIVEIRA GUILHERME ZOFFOLI REGINALDO JOSÉ

DEPRESSÃO INTERPLANÁLTICA DO SEMIÁRIDO DO NORDESTE E A DESERTIFICAÇÃO

Scene 2

Área total:  1 128 697 km² População:  22.598.318 habitantes em 2010, último Censo (IBGE).  Semiárido Brasileiro é o mais populoso do Mundo.

Fonte:  Laboratorio de  Geoprocessamento  Embrapa  Semiárido

Scene 3

De acordo com o IBGE, Domínio morfoclimático de Depressões  Interplanálticas  do Nordeste abrange cerca de 60%, onde as chuvas são irregulares e escassas, com grande potencial torrencial pelo fato de se concentrarem no período de outono-inverno que dura geralmente de 3 a 5 meses. A precipitação anual varia de 150 mm a 1300 mm, segundo  Ab’Saber  (1974), as médias pluviométricas oscilam entre 300 e 800 mm anuais.  As temperaturas no semiárido são elevadas e ficam em torno dos 28º C podendo alcançar temperaturas em torno de 40°C. As massas de ar que mais atuam na região são a Equatorial continental   ( mEc ) e   Tropical atlântica   ( mTa ). As massas   Equatorial atlântica ( mEa ) e Polar atlântica ( mPa ) exercem menor influência sobre a área.

Fonte: Universidade Federal de Pernambuco

Scene 4

“As  razões  da  existência  de um  grande   espaço  semi- árido ,  insulado  num  quadrante  de um  continente   predominantemente   úmido ,  são   relativamente   complexas .  Decerto ,  há   uma   certa   importância  no  fato  de a  massa  de  ar  EC (Equatorial continental)  regar  as  depressões   interplantálticas   nordestinas . Por outro  lado ,  células  de  alta   pressão   atmosférica   penetram   fundo  no  espaço  dos  sertões   durante  o  inverno  austral, a  partir  das  condições   meteorológicas  do  Atlântico   centro-cidental . No  momento   em  que a  massa  de  ar  tropical  atlântica  ( incluindo  a  atuação  dos  ventos   alísios )  tem   baixa   condição  de  penetrar  de  leste  para  oeste , beneficia  apenas  a Zona da Mata,  durante  o  inverno .  Esses   fatores   contribuem  para um  vazio  de  precipitações  , que dura de seis a  sete  meses no  domínio   geral  dos  sertões . O  prolongado   período  seco  anual  - que  corresponde  a  uma   parte  do  outono ,  ao   inverno   inteiro  e à primavera  em   áreas   temperadas  -  acentua  o  calor  das  depressões   interplanálticas   existentes   além   ou   áquem  do  alinhamento  de  terras   altas  da  Chapada  do  Araripe  e do  Planalto  da  Borborema .”( Ab’Saber )

Diagrama, Mapa

Descrição gerada automaticamente

Scene 5

Campo com árvores

Descrição gerada automaticamente

O  Domínio   morfoclimático  de  Depressões   Interplanálticas  do  Nordeste   compreende  o  bioma  da Caatinga que é  exclusivo  da  Região   Nordeste  do  Brasil  ( Agreste  e  Sertão ),  formada  por  plantas   adaptadas   ao   clima  semi- árido  regional.  Ocupa   uma   área  de  cerca  de 800 mil km2 e  está   incluída   em   nove   estados :  Piauí ,  Ceará , Rio Grande do Norte,  Paraíba , Alagoas, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais. A  vegetação   correspondente  a  esse   bioma   apresenta   como   característica   geral  a  adaptação   ao   clima  seco e  ao   baixo   índice   pluviométrico  da  região . A  vegetação   xerófila   possui   grande   quantidade  de  espinhos  para  evitar  a  perda  de  água  por  evapotranspiração , é  comum  que  espécies  da flora  apresentam   folhas   pequenas  e  cerosas .  Possuem   estruturas   vegetais   capazes  de  armazenar   água  ( parênquimas ) por  longo   período  de tempo e  raízes  longas que  penetram  o solo de forma profunda  em   busca  de  água ,  grande   parte  das  espécies   possuem  caules  grosso  para  facilitar  o  armazenamento  da  água .

(AMDA) Vegetação  da Caatinga no  período  de  seca  e de  chuva  /  Crédito : Google imagens

Scene 6

Campo verde com árvores ao fundo

Descrição gerada automaticamente

Scene 7

O  Bioma  da Caatinga -  ( caa : mata e tinga: branca) que significa “mata ou floresta branca” no tupi -  é  exclusivo  do  Brasil  e  devido  a  isso   apresenta   espécies   vegetais  e  animais   endêmicos  e de valor  inestimável  para a  biodiversidade   mundial .  Atualmente   há  o  registro  de 1000  espécies  de flora e 800  espécies  de fauna  em   todo  o  Bioma .

Juazeiro        Foto:  Tamires  Silva,2008

Mandacaru                Foto:  DoDesign -s

Scene 8

O  relevo   nordestino  é  composto  por 85% de  depressões   interplanalticas . “ situadas  entre  maciços   antigos  e  chapadas   eventuais , sob a forma de  intermináveis   colinas   sertanejas ,  esculpidas   em   xistos  e  gnaisses , com  baixo   nível  de  decomposição   química  de  rochas .” (AB’SÁBER, 1999)

Scene 9

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

DEPRESSÕES INTERPLANÁLTICAS DO NORDESTE

Scene 10

GEOLOGIA DO "SERTÃO BRAVO" Sertão  Bravo:   expressão  para  designar   áreas   mais   secas  e  subdesérticas   rústicas  e  típicas   existentes   nas   depressões   colinosas  de  todos   os  ambientes  sertanejos . “ Em   alguns  dos  chamados  ‘altos  pelados ’,  constituídos  de  colinas   desnudas ,  atapetadas  por  fragmentos   dispersos  de  quartzo , a  presença  de  uma   rocha   metamórfica   argilosa  ( filitos )  comporta -se  como  se fosse um  chão  de  tijolos  no  dorso  das  ondulações . [...]  Existem  outros  casos   em  que  rochas  com  maior   grau  de  metamorfismo  e  adensamento  de  fraturas   oferecem   uma   paisagem  de  escombros   na  base das  vertentes  de  alguns   riachos . E, por  fim ,  em   áreas  de  granitos   recortados  por  diácleses   múltiplas   criam -se conjuntos  locais  de ‘ campos  de  matacões ’  ou  ‘mares de  pedras ’,  sendo  que entre  os   interstícios  das  grandes   pedras   redondas   instalam -se  imponentes  e  espinhentos   facheiros . A  maioria  dos  morrotes  do  tipo   inselbegrs , que  servem  de  baliza  e  referência  da  imensidão  das  colinas   sertanejas ,  depende   quase  que  exclusivamente  do  tipo  de  rochas   duras  que  afloram  no local:  lentes  de  quartzito   resistentes ,  massas   homogêneas  de  granitos ,  apenas   espaçadamente   fraturados ,  ou   outras   exposições   rochosas   também   resistentes .” ( Ab'Saber )

Scene 11

A diversidade de classes de solos presentes no semiárido nordestino deve-se às características climáticas e geomorfológicas da região, contendo chuvas concentradas e mal distribuídas, temperaturas elevadas e um relevo predominantemente plano a ondulado. De modo geral os solos do semiárido apresentam tanto alta quanto baixa fertilidade, sendo alguns deles com altíssima quantidade de sal que dificulta a agricultura local, são pouco desenvolvidos devido à escassez de chuvas, apresentam textura arenosa a franco-arenosa e, apresentam baixa capacidade de armazenamento de água. - Solos escuros e castanhos, com argila expansiva; Solos com horizonte B  solonético ; Solos vermelhos dos sertões com horizonte B prismático ou  subangular .

FONTE: Adaptado do Mapa de Solos do Brasil ​

Scene 12

Neossolo   Quartzarênico Foto :Tony Jarbas F. Cunha,2010

Uma imagem contendo ao ar livre, edifício, grama, placa

Descrição gerada automaticamente

Argissolo   vermelho-amarelo   abrupto . Foto: Raffaella Rossetto.

Uma imagem contendo edifício, placa, lado, em pé

Descrição gerada automaticamente

Latossolo   Amarelo   Distrófico Fonte:  Acervo  da Embrapa Solos Foto: Humberto Gonçalves dos Santos

Scene 13

Uma imagem contendo em pé, grupo, espaço fechado, grande

Descrição gerada automaticamente

(A) solo  exposto   em   área   salinizada  no  projeto  de  irrigação  N7  município  de  Petrolina ; (B)  área   salinizada  no  projeto  de  irrigação  N11  município  de  Petrolina ; (C)  área   destinada  à  agricultura  de  sequeiro  e solo  exposto  no  município  de Afrânio.  Foto: SANTOS, 2017.

Scene 14

Montanha de pedra

Descrição gerada automaticamente

Hidrografia Ao  contrário  de  outras   regiões   semiáridas  do  planeta ,  em  que  os   cursos   d'água   irão   convergir  para  depressões   fechadas  a  depressão   interplanálticas  do Nordeste  apresenta   seus   rios  e  bacias   hidrográficas  que  convergem   em   direção   ao  Oceano  Atlântico ,  ainda  que  sejam   intermitentes . É  possível   atribuir  a  sua  forma  existencial  à  presença  de  manchas   nos  solos que  tendem  a  serem ,  ainda  que  não   exclusivamente ,  salinizados ,  sobretudo   nos   rios   baixos  do Rio Grande do Norte  onde  é  possível   observar  a  existência  dos  níveis  de base e a  salinização   presente  de forma  mais   intensificada ,  em  um local  quente  e com  abundância   em  luz solar.  Isso   corrobora  com a  presença  das  maiores   áreas   salinas  do  Brasil .

Município de Areia Branca, no litoral do RN, é um dos maiores produtores de sal do país — Foto: Anderson Barbosa/G1

Scene 15

Ilha com árvores e água ao fundo

Descrição gerada automaticamente

Devido a  irregularidade  das  chuvas   os   cursos   d’água  do  sertão   são ,  geralmente ,  formados  por  rios   intermitentes , com  exceção  do Rio São Francisco que é  importantíssimo  para  região  e  tem   sua   nascente   na  Serra da Canastra  em  Minas Gerais. Tal  situação   deve -se  às   características   climáticas  e  também  à  estrutura   geológica   dominante ,  onde   há   predomínio  de solos  rasos   formados   sobre   rochas  do  embasamento   cristalino ,  principalmente   metamórficas  e  ígneas ,  resultando   em   baixas   trocas  de  água  entre o  rio  e o  substrato   adjacente . O  resultado  é  uma   densa  rede de  rios  de regime  temporário ,  cuja   lâmina  d'  água   escoa   durante  o  período   chuvoso ,  secando   completamente   nos  meses  subsequentes  (CIRILO, 2008).

Scene 16

Palmeira em frente a árvore

Descrição gerada automaticamente

Scene 17

Uma imagem contendo animal, grama, pequeno, mesa

Descrição gerada automaticamente

A picture containing grass, outdoor, cow, field

Description automatically generated

Prática de pastoreio extensivo agricutura rudimentar prática de queimadas utilização de lenha

Scene 18

Êxodo Rural: diminuição da população vivendo na zona Rural do Semiárido brasileiro, de 1991 a 2010.

Fonte:  Microdados  dos  Censos   Demográficos  1991 e 2010.  Elaboração   própria  com  Philcarto .

Scene 19

Transposição  do Rio São Francisco: transformando  a  paisagem ,  gerando   emprego  e  renda .

Scene 20

Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), pontos mais secos do semiárido, têm juntas o 2o maior PIB agrícola do Brasil, como resultado da fruticultura, irrigada pelas águas da transposição do Rio São Francisco.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Scene 21

Belas Paisagens e Patrimônios  arqueológicos : Serra da Capivara - Piauí

Scene 22

Geopark  do Araripe – CE. A região conta com uma grande diversidade de fósseis preservados, que testemunham a história geológica.

Scene 23

Degradação da terra em zonas áridas, semiáridas e subumidas secas. No Brasil, as "Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD)" abrangem uma parte da região Nordeste, e do norte de Minas Gerais e Espirito Santo. As áreas fortemente degradadas em processo de desertificação representa 5,23% da área total da ASD no Brasil, em 2015. Em 2019, a LAPIS consta que 12,85% do semiárido brasileiro está em processo de desertificação.

Áreas fortemente degradadas em processo de desertificação nas Áreas Suscetíveis à Desertificação do Brasil. Fonte: Elaborado por  Funceme  e CGEE, 2015.

Scene 24

A picture containing ground, outdoor, rock, stone

Description automatically generated

Redução da vegetação natural; ​ Erosão; ​ Perda de fertilidade;   Salinização; Compactação do solo; Deterioração social.

Seca no Nordeste.  Foto: Arquivo/Agência Brasil

Scene 25

Table

Description automatically generated

Principais consequências da desertificação organizadas em etapas progressivas:

Fonte:  SAMPAIO, E.V.S.B.; ARAÚJO, M.S.B.; SAMPAIO, Y.S.B. 2005. p.110;

Scene 26

Diagram

Description automatically generated

Técnicas para minimizar os impactos da desertificação.  Fonte: Wagner Magalhães/G1

Scene 27

AB’SABER, A. N.  GEOMORFOLOGIA . O Domínio morfoclimático  semi-árido  das caatingas brasileiras. São Paulo, 1974. AB’SÁBER, A. N.  Os sertões: a originalidade da terra . Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 3, n. 18, 1985. [Republicado, com pequenas alterações como Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida. Estudos Avançados, São Paulo, v. 13, n. 36, p. 7-59, 1999.] ASSOCIAÇÃO CAATINGA. CARTILHA EMBRAPA- Uso e preservação da Caatinga. CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS – CGEE.  Desertificação, degradação da terra e secas no Brasil . Brasília, DF: 2016. 252p CERRATINGA  – Produção Sustentável e Consumo Consciente CONTI, José Bueno.  A questão climática do nordeste brasileiro e os processos de desertificação . Revista Brasileira de Climatologia, Vol. 1, No 1. 2005. FOLDER EMBRAPA- Solos do Nordeste. G1.  Combate à desertificação na caatinga depende de pesquisa científica e ação de pequenos produtores . 2019. Acesso em 21/02/2021. Disponível em:  <https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/08/21/combate-a-desertificacao-na-caatinga-depende-de-pesquisa-cientifica-e-acao-de-pequenos-produtores.ghtml>.

Scene 28

LUCENA, R. L.; STEINKE, E. T.  Fatores Geográficos e Padrões de Circulação Atmosférica como Base à Compreensão do Clima Semiárido Quente da Região Nordeste . II Workshop Internacional sobre água semiárido brasileiro. 2015 MAIA, R.P.; BEZERRA, F. H. R.; CLAUDINO-SALES, V.  Geomorfologia do Nordeste: Concepções Clássicas e Atuais acerca das Superfícies de Aplainamento Nordestinas . Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v. especial VIII SINAGEO, n. 1, Set. 2010 SAMPAIO, E.V.S.B.; ARAÚJO, M.S.B.; SAMPAIO, Y.S.B.  Impactos ambientais da agricultura no processo de desertificação no nordeste do Brasil.  XXX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. 2005. SILVA,  Ivamauro  Ailton de Sousa.  Núcleos de desertificação do nordeste brasileiro: suscetibilidade e dinâmica pluviométrica.  Campinas, SP: UFRGS –  v. 1 (2017): EBOOK. 2018. UFAL.  Lapis  utiliza metodologia inédita para monitorar processo de desertificação no Brasil. 2019. Acesso em 20/02/2021. Disponível em: < https://ufal.br/ ufal /noticias/2019/7/lapis-utiliza-metodologia-inedita-para-monitorar-processo-de-desertificacao-no-brasil >.